A importância do aleitamento materno para os dentes do bebê

 amamentaçao

A amamentação natural, não só por sua função afetiva e nutricional, é fundamental para a saúde geral do bebê. O exercício muscular durante a sucção do seio favorece a respiração nasal e ajuda na prevenção de problemas de posicionamento incorreto dos dentes e estruturas faciais. Pontos positivos da amamentação natural para os aspectos odontológicos:

  • Evita flacidez dos músculos faciais (pelo trabalho intensivo de retração e avanço da mandíbula, preparando a criança para uma boa função mastigatória no futuro, com os alimentos duros);
  • promove o crescimento da mandíbula, fazendo com que esta se encontre em posição ideal no momento de erupção dos dentes de leite;
  • estimula a respiração nasal, que favorece a correta filtragem, umidificação e aquecimento do ar;
  • previne a síndrome do respirador bucal, deglutição atípica, problemas oclusais e dificuldades na fala;

Obs: quando se faz o uso exclusivo de mamadeira, deixa de haver estímulo pra o crescimento ântero-posterior da mandíbula, pois para sugar o leite da mamadeira a criança não precisa realizer o exercício muscular que leva ao avanço e retrusão da mandíbula. O bebê aprende a engolir sem sincronia com a respiração, o que pode levar a uma tendência de respiração bucal.   Então, na fase do desmame, o ideal é que a criança passe do peito para o copo e colher. Como nem sempre os pais estão orientados a este respeito, acabam introduzindo mamadeiras e chupetas. Mas esta é uma outra história… para um outro post.

6 comentários em “A importância do aleitamento materno para os dentes do bebê

  1. Excelente a idéia do Blog. Fácil de entender, informações importantes e esclarecedoras. Vou indicar aos meus pacientes!! Parabéns pelo profissionalismo de sempre!!

  2. Parabens pelo textosem duvida amamentar e a melhor coisa do mundo, mas agora estou sofrendo para fazer o desmame dele… Nossa tão difícil.
    Falamos hoje na consulta, preciso de mais esclarecimentos sobre o desmame. Vale apena tomar remédio para secar o leite?
    beijos

  3. Bom tentei amamentar meu filho Ele tem refluxo grave agora esta com tres anos sempre fez ansia para chupetas e tem retração de mandíbula.Se alimenta mal e tem problemas com mastigação devido ao refluxo por iss toma remedio.Como corrgir a mandíbula neste caso?

    1. Olá Alessandra! Primeiramente gostaria de me desculpar pela demora para te responder, estava em uma viagem.

      Realmente as crianças diagnosticadas com refluxo grave geram desafios constantes para toda a equipe que acompanha o paciente (gastropediatra, nutricionista, odontopediatra e fonoaudiólogo) assim como para a família. Isso porque na infância, o refluxo não tem um quadro estático, e ao notar melhora nos sintomas não podemos deixar de oferecer novos alimentos, aos poucos afim de valorizar a diversificação nutricional e bem estar do paciente.
      Os médicos normalmente recomendam introduzir alimentos sólidos ou numa consistência grossa, o que no aspecto odontológico é super positivo. A mastigação é uma função condicionada e aprendida, conseqüentemente, necessita de treino. E nesta fase do treinamento prefera os alimentos mais consistentes e fibrosos, porque eles auxiliam e fortalecem os músculos e ossos da face.
      A consistência dos alimentos é muito importante para esse desenvolvimento. Engana-se quem pensa que quanto mais facilitar a consistência dos alimentos que oferece a criança mais o estará ajudando. Ao contrário, quanto mais os pais e cuidadores puderem oferecer alimentos com sabores e consistências variadas (claro que observado as particularidades do paciente com refluxo), melhor poderá ser o desenvolvimento dos músculos, ossos e dentes dessas crianças.

      A questão da retração mandibular que você relatou é uma questão para começar a ser acompanhada justamente nesta fase de pleno desenvolvimento muscular e esquelético da criança. Então o ideal é que a criança esteja sendo acompanhada pelo odontopediatra periodicamente. Para que ele possa orientá-la a respeito dos hábitos que podem agravar o problema e avaliar eventuais tendências hereditarias de padrão oclusal afim de indicar juntamente com um ortodondista/ ortopedista dos maxilares o melhor momento de intervir.
      Cada caso é um caso! A abordagem deve ser diferenciada e ponderada entre as crianças que apresentam uma desarmonia branda entre os ossos da face e crianças em condições oclusais gravemente desfavoráveis. Diante disso existem casos que ao diagnosticar a alteração oclusal o profissional vai apenas acompanhar num primeiro momento, e existem casos que a intervenção deve ser o mais precoce possível.
      Digo o mais precocemente possível, porque se tratando de crianças por mais que as vezes tenha a indicação do uso de um aparelho ortopédico ela pode não estar psicologicamente madura para usá-lo. Então nós profissionais que trabalhamos com crianças avaliamos além do problema instalado nos dentes, mas o indivíduo como um todo. E devemos sempre respeitar, nunca subestimando, as limitações emocionais de certas crianças.

      Obs: Normalmente os casos que necessitam uma intervenção precoce são as mordidas cruzadas. Aos 3 ou 4 anos já é importante mudar este padrão oclusal desfavorável. Neste caso o tratamento pode ser com aparelho ortopédico, pista direta ( que são resinas acrescentadas aos dentes), ou ajuste oclusal dependendo de cada caso.

      A retração mandibular quando diagnosticada precocemente normalmente é acompanhada e recebe o tratamento adequado apartir da dentição mista (quando o paciente já começu a troca dos dentes de leite pelos permanentes) obtendo bons resultados com a estimulação, inibiçào ou redirecionamento do crescimento dos maxilares na criança durante o periodo ativo do desenvolvimento.

      Então converse com o odontopediatra do seu filho sobre os padrões alimentares dele, de como é o sono, se a respiração dele normalmente é nasal ou se a noite nota que ele ronca, e também se você e o pai já usaram aparelho ou apresentam algum padrão oclusal desfavorável…. Assim, o profissional terá um gama de informações importantes para adcionar a avaliação clínica e desta forma orientá-la da melhor maneira possível.

      Espero ter respondido sua pergunta e ajudado a esclarecer suas dúvidas.
      Um abraço pra você e seu pequeno!

      Dra Valquira

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