Arquivo da categoria: Hábitos de Sucção

Quando devemos apresentar o copinho aos pequenos?

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A resposta é o quanto antes, mesmo que não pareça muito prático.

Aos 6 meses de vida, a amamentação materna, até então exclusiva, deixará de ser. E nesta fase o bebê que só conhece o peito da mãe, será apresentado a mamadeira, copo, colher, novas texturas e sabores, enfim muitas novidades.

E quais as melhores escolhas?

O mais aconselhado é que o bebê passe direto do peito para o copo (sem canudo/ com canudo/ aberto/ com bico de transição). Evite apresentar a mamadeira logo (vamos deixa-la como uma carta debaixo da manga). E o ideal é que esta cartada não seja usada.

Porquê?

Como já explicado no artigo sobre sucção ,quanto menos métodos de sucção artificial apresentarmos a criança, menos alterações serão causadas na arcada e mais estímulos estaremos oferecendo.

Então não subestimem a capacidade do seu bebê em tomar no copo ,ele consegue! Tem que ter paciência.

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O canudo e o bico de treinamento podem ajudar nesta transição.

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O canudo é um bom exercício para trabalhar a musculatura perioral ( escolha os canudos mais largos inicialmente)

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O bico de treinamento, facilita para não derramar o liquido na criança e ao mesmo tempo ela não tem que sugar (que é o malefício da mamadeira) quando vira o copo o liquido já sai.

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Este abaixo não tem bico. Mas não é totalmente aberto, a criança vai aprendendo o quanto virar para o liquido sair aos poucos, é bem funcional. Enfim, existem vários tipos de copo.

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Algumas mães vão perguntar: E agora, meu filho já tem 2 anos, não sabia que poderia introduzir direto o copinho.

Calma!

Pensando em um desenvolvimento harmônico da arcada das crianças preconizamos a amamentaçao materna como sucção positivamente estimulatoria. E acabamos classificando os metodos atificiais de sucção como deleterious (chupeta/ mamadeira/ dedo).

Mas não sou uma especialista tão radical assim, existem crianças que realmente tem necessidade emocional de sugar. E as respeito.

Pois até os 3 anos ainda pode existir hábito de sucção na vida da criança, Na maioria dos casos as alterações  provocadas voltam ao normal, assim que o habito é removido.

O que deve-se evitar é que a criança permaneça com o habito depois dos 3 anos.  Então mamãe se isto está acontecendo na sua casa, vamos começar a trabalhar a remoção deste habito. A mamadeira muitas vezes vira um objeto de afeto, então sugiro que primeiramente troque o bico da mamadeira (continue mantendo o mesmo recipiente, troque só o bico para um bico de transicão que tem a mesma textura e cor do bico da mamadeira do seu filho) e aí a medida que ele vai se acostumando muda para o copo fechado, e depois para o copo aberto.

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Alguns bebês se adaptam mais rápido que outros e isso não é problema algum. O ideal é sempre tentar introduzir num clima de alegria para o bebê se interessar. Cada um tem seu ritmo e isso deve ser respeitado. Existem pais que preferem ensinar seus filhos pequenos a usarem direto um copo normal e dispensam totalmente os copinhos de treinamento. Tem bebês que não aceitam estes copos de transição e vão direto para o copo comum. Também não há nenhum problema nisso.

 

A hora de largar a chupeta

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O efeito calmante da chupeta e sua função de “muleta emocional” para as crianças, deixa muitos pais receosos na intervenção deste hábito.

Cada criança tem seu momento. Às vezes a chupeta também ajuda a criança a aliviar o estresse ou a se adaptar a situações novas e desafiadoras, como começar a ir à creche ou escolinha. Então devemos respeitar a necessidade de sucção de cada um e o momento que ele está vivendo.

No entanto, uma hora a criança precisa parar de chupar chupeta, pois isso pode comprometer seu desenvolvimento. Estudos nos mostram, que o ideal é que seja até os 3 anos. E é neste momento que os pais não sabem o que fazer para conseguir acalmar o pequeno sem o pacificador, que, aliás, é a tradução literal do nome da chupeta na língua inglesa.

A medida que a criança vai crescendo é imporatante que os pais estimulem atitudes com um pouquinho mais de independência, tarefas que ele consiga cumprir, para que a auto confiança aflore. Pois quando a criança se sente segura o processo é gradativo e mais natural.

Um ponto importantíssimo é o dialogo entre você e seu filho desde sempre. Nunca subestime a capacidade da criança em entender o que você irá explicar. Conversem com frequência sobre a chupeta, peça que ele te conte porque ele gosta, ou na hora que ele pedir pergunte porque ele quer a chupeta agora… E assim os pais acabam descobrindo os “reais motivos da sucção”(ex: fome, medo, sono, tédio, timidez, insegurança) Aí, fica mais fácil driblar estes momentos.

O processo de retirada da chupeta tem que ser iniciado pela mente dos pais.  E isso só acontece com informação. Pais bem informados e orientados se sentirão mais seguros. Peça ajuda ao pediatra, odontopediatra, psicólogo e pedagogo. Leia sobre o tema, e tenha claro os prós e os contras da chupeta.

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Os pais precisam estar convencidos de que essa é a melhor decisão para seus filhos naquele momento (se nao estiverem convencidos disso é melhor nem começar o processo), pois depois de iniciado, não devem voltar atrás com os apelos das crianças.

Cuidado para nao supervalorizar uma situação exagerando na preocupação. É apenas mais uma fase que vai passar pela adaptação e depois, vida que segue. Tudo que seu filho precisa neste momento é de amor, carinho, e muita atenção para se sentir seguro.

Aí vão algumas dicas:

  • Tente desvincular as ações divertidas das crianças ao uso da chupeta. “Se estiverem brincando, não há necessidade de usar a chupeta.
  • Converse com seu filho, da maneira mais clara e tranquila possível, sobre como é preciso largar a chupeta e explique os prejuízos que ele terá com esse hábito. (procure fotos na internet para mostrar, leia pra ele livrinhos sobre o tema)
  • Reforce a idéia de que crianças mais velhas não usam chupeta — elas adoram se sentir mais crescidas.
  • Converse com outros pais para saber que estratégias eles usaram
  • Há quem faça, por exemplo, um furinho na chupeta, prejudicando a sucção, e diga ao filho que a chupeta “estragou”. A chupeta furada fica menos prazeirosa, e as vezes perde a graça.
  • mude um pouco a rotina do dormir : anuncie uma mudança (um bichinho novo, a mudança de berço para cama, um novo hábito, de ouvir música ou contar histórias de um livro, por exemplo), e explique que na nova rotina — de criança grande — não há espaço para a chupeta. O entusiasmo com a novidade pode ajudar.
  • Se a criança está conversando com a chupeta na boca, diga que você nao está entendendo, e pessa para ela tirar para ser mais clara.  Até porque seu filho está aprendendo a falar, e fazer isso com uma chupeta na boca pode atrapalhar o processo, alterando o modo como os sons são pronunciados e forçando a língua a descansar numa posição pouco natural.
  • Para encorajar seu filho, elogie quando ele conseguir ficar sem a chupeta.
  • Você também pode controlar o uso da chupeta, e deixar que ele a use só à noite ou na hora do cochilo. E procure não oferecer a chupeta. Se ele não pedir, não dê! Para que assim, a criança vá se condicionando.
  • Identifique os sinais de que seu filho está pronto para largar a chupeta e aproveite o momento. Para ajuda-lo e incentive-lo.

Seja muito presente na vida do seu pequeno para acompanhar esse processo com paciência e firmeza.

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Chupeta: Prós e contras

chupetas no varal

Esse é um tema bastante polêmico, entre os pais, pediatras, odontopediatras e as crianças!

No consultório todos os dias eu, os papais e os pequenos conversamos sobre isso.

Então porque não listar os prós e os contras do uso da chupeta?

 Destacam-se como possíveis “prós” de sua utilização:

1 – trata-se de um calmante imediato do choro;

2 – A sucção também pode representar um mecanismo para descarregar as energia e tensão, servindo de fonte de prazer e segurança

3 – alguns estudos evidenciaram possível efeito protetor contra morte súbita, desde que seja introduzida após a terceira semana de vida ou com a amamentação já estabelecida e utilizada apenas durante o sono (recomendação oficial da Academia Americana de Pediatria – AAP).

Por outro lado, temos muitos “contras” para comentar sobre a utilização da chupeta.

1 – Inúmeros estudos mostram que a chupeta está sempre associada com um tempo menor de duração do Aleitamento Materno e que a mesma acaba por ser um indicador de dificuldades da amamentação. Este fato acabou sendo decisivo para que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) optassem como recomendação oficial de não utilizar bicos e chupetas desde o nascimento, pois o tempo de duração do aleitamento materno influi diretamente na saúde do bebê e da mãe, quanto mais tempo amamentar, mais saúde para ambos. Esta orientação é compartilhada pelo Ministério da Saúde do Brasil que desde 1990 optou pela implantação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, que tem como regra (nono passo – o sucesso da amamentação) a não utilização de bicos, mamadeiras e chupetas em alojamento conjunto.

2 – Com relação a acalmar, temos uma linha de psicólogos que discordam desta forma de acalmar, pois temos inúmeras maneiras de acalmar um bebê (carinho, colo, cantar, amamentar, etc.) sem a necessidade de utilização de um artifício que traz malefícios para a saúde do bebê. Orientam ainda que quando uma criança começa a introduzir o dedo na boca, temos que dar uma função para as mãos, desta forma, entrega-se brinquedos adequados para a idade para que a distração seja direcionada em outro sentido. Claro que a criança poderá levar este brinquedo à boca (mordedores, por exemplo), mas isto não leva a vícios. Portanto não “vicia” em chupeta e nem no dedo.

3 – Outros estudos apresentam efeitos prejudiciais do uso da chupeta com relação à oclusão dentária, levando à deformação na arcada dentária e problemas na mastigação, além de atrasos na linguagem oral, problemas na fala e emocionais. O risco de má oclusão dentária em crianças que utilizam chupetas pode chegar a duas vezes em relação aos que não usam.

4 – Temos ainda prejuízos respiratórios importantes, levando a uma expiração prolongada, reduzindo a saturação de oxigênio e a frequência respiratória. A respiração acaba ficando mais frequente pela boca (respiração oral), o que piora a elevação do palato (céu da boca), diminuindo o espaço aéreo dos seios da face e provocando desvio do septo nasal. A respiração oral leva à diminuição da produção da saliva, que pode aumentar o risco de cáries. Como a respiração nasal tem a função de aquecer, umidificar e purificar o ar inalado e isto não ocorre de forma adequada na respiração oral, temos maiores chances de irritações da orofaringe, laringe e pulmões, que passam a receber um ar frio, seco e não filtrado adequadamente.

5 – Outras consequências da respiração oral são: as infecções de ouvido, rinites e amigdalites.

6 – O uso de chupetas também está associado a maior chance de candidíase oral (sapinho) e verminoses, já que é quase impossível manter uma chupeta com higiene adequada.

7- Por fim, vale destacar que um estudo de revisão, multidisciplinar, publicado no Jornal de Pediatria em 2009, buscou na literatura prós e contras o uso de chupeta e chegou à conclusão final de que foram encontrados mais efeitos deletérios do que benéficos.

Desta forma, é recomendo que os pais tenham claramente esta visão de “prós e contras” do uso da chupeta, para que, junto ao seu pediatra, possam tomar uma decisão informada quanto a oferecê-la, ou não, aos seus bebês

*A listagem acima, segue as recomendações da Sociedade Brasileita de Pediatria

varios de chupeta

Hábitos de Sucção

chupando pé

No  primeiro ano de vida, a boca é a região mais importante do corpo, e a sucção uma resposta natural própria dos bebês. Registros ultrassonográficos podem mostrar que até mesmo na vida intra- uterina alguns  bebês são flagrados chupando o dedinho

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Essa necessidade fisiológica de sucção do bebê tem como função básica a alimentação, visando a ingestão do leite materno. Mas além de garantir a sobrevivência  a sucção também promove a liberação de endorfina, um hormônio que produz um efeito de modulação da dor, do humor e da ansiedade, provocando uma sensação de prazer e bem-estar ao bebê.

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Uma vez sendo possível ser respeitada a livre demanda, e o bebê podendo mamar sempre que desejar, a amamentação será suficiente sim para satisfazer o desejo básico de sucção, desde que ele esteja mamando exclusivamente no peito.

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É importante enfatizar que a sucção do bebê ao seio materno é completamente diferente e infinitamente mais benéfica do que  sugar o bico de uma mamadeira ou chupeta.

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O porquê desta afirmativa  está no Link: a importância da amamentação

A sucção sem fins alimentares (de nutrição), que chamamos de hábitos de sucção não nutritivos podem acarretar diversas alterações nas estruturas bucais.

O uso prolongado de mamadeiras também, mas como a sucção tem curta duração, os danos tendem a ser menores.

De qualquer forma os pais e o odontopediatra devem se atentar em alguns parâmetros que são importantes, afim de perceber o potencial de ônus no desenvolvimento facial da criança apartir seu padrão de sucção:

Duração: (período de atividade) a criança suga por muito tempo?

Frequência: número de vezes por dia

Intensidade: (grau de atividade dos músculos envolvidos ) é visível o esforço muscular no momento da sucçõao? Faz barulho? Há projeção e retrusão lingual?

Posição : (da chupeta ou do dedo na boca) Frontal? Lateral? Quando suga o polegar o restante da mão fica virado pra cima ou pra baixo?

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Idade : (início e término do hábito) O hábito persiste depois dos 3 anos?

Padrão de crescimento da criança: perfil reto, tendências hereditárias de perfil oclusal

Grau de tonicidade da musculatura bucofacial: selamento labial presente, respiração nasal ou bucal, dorme de boca aberta?

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